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Sunday, March 11, 2012

Lázaro Ramos é vendedor de passados em novo filme

MATHEUS MAGENTAENVIADO ESPECIAL A CAMPINAS
Alinne Moraes e Lázaro Ramos, protagonistas de 'O Vendedor de Passados', em Campinas
Foto: Karime Xavier - 8.fev.12/Folhapress

A especialidade de Vicente é criar passados para clientes que buscam biografias alternativas de si mesmos.

Para construir seu mais novo personagem no cinema, Lázaro Ramos acabou misturando o trabalho com sua história familiar. "Tenho poucas fotos da minha mãe, que se perderam quando ela morreu. Esse filme me incentivou a fazer, com uma prima, nossa árvore genealógica", diz.

O processo se tornou tão pessoal que até fotos de sua família serão usadas no filme "O Vendedor de Passados", de Lula Buarque de Hollanda (de "Casseta & Planeta - A Taça do Mundo é Nossa"), que deve estrear no final do ano.

O filme aborda o romance entre o vendedor de passados e uma cliente (Alinne Moraes) em busca de uma biografia em que seja criminosa. Ramos foi convidado há cinco anos para o projeto, que já recebeu 15 tratamentos de roteiro. "Tive de ler o livro [homônimo do angolano José Eduardo Agualusa, que inspirou o longa] de novo."

O papel se encaixa bem no atual momento da carreira dele, que despontou há uma década no cinema em "Madame Satã", de Karim Aïnouz, perfil do lendário bandido da Lapa carioca dos anos 1930, e hoje procura personagens mais contemporâneos, com "questões menos épicas".

"Como ator, acho dificílimo fazer um personagem contemporâneo. O que somos nós, como é que a gente conta a história que estamos vivendo? É muito mais fácil você fazer um filme de época. Você colocou a roupa antiga e construiu o personagem."

O ator de 33 anos, que começou a carreira no teatro, tem planos de dirigir um filme, mas o projeto caminha lentamente. "Fiz um argumento de duas páginas e mandei para um amigo que me respondeu com dez páginas de comentários. Ainda estou pensando nisso tudo."

Na seara televisiva, o programa criado por ele, "Espelho", estreia sua sétima temporada no dia 19, no Canal Brasil.

ADAPTAÇÃO
A obra de Agualusa traça um paralelo político entre o vendedor de passados e a história de Angola, que tenta se reconstruir após 27 anos de guerra civil.

Ao adaptar o volume, o diretor ignorou elementos surreais, como o narrador que é uma lagartixa, e transportou a trama amorosa para o Rio. "A gente tem muito 'favela movie'. Falta um filme no cinema brasileiro que se encontre com o público", diz ele.

O longa relaciona os passados forjados pelo protagonista a cirurgias plásticas e perfis em redes sociais na internet. "Um travesti pode ter uma necessidade física de mudar de sexo e, a partir daí, mostrar que tem um passado feminino, com fotos, histórias", afirma o diretor, imaginando um possível interessado nos serviços de Vicente.

Conhecida por papéis em novelas, como a tetraplégica Luciana de "Viver a Vida" (2009), Alinne Moraes vê relações do filme com seu último trabalho, "O Homem do Futuro" (2011).

"A gente falava exatamente sobre isso, sobre como, ao mudar um segundo, se pode mudar toda a história."

"Bem resolvida" com seu passado, Alinne Moraes diz que fez exercícios para se aproximar da personagem por não se identificar com ela. "Sempre comentei isso com minha mãe, que não queria mudar nada porque senão não seria quem sou hoje."

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